Palavras ao Vento

Caso exista algum leitor deste blog, já deve ter percebido que estou fazendo o doutorado. Fazer o Doutorado não é uma coisa fácil. É dificil. Muito dificil. Torna-se ainda mais dificil quando enfrentamos todos os tipos de difculdades, sejam elas internas quando produzida em nós mesmos, e em  nosso interior, e, ou em nossa história; ou externa, pelas condições materiais as mais cruéis que possa nos assolar.
Não faço Doutorado por vaidade. O que me trouxe até aqui foi um sonho de criança de um dia servir a humanidade, hoje, mesmo já não estando tão certo de que isso é possível, não vejo mais como dar meia volta, e terminar o doutorado pode ser o caminho de não mudar a humanidade, mas de cumprir meu dever de pai de duas filhas.
Talvez eu esteja errado, e quem sabe eu consiga levar a termo minhas certezas de infância, a de que um dia faria alguma coisa boa, muito boa por milhões de pessoas. Não sei, com 35 anos, ainda no doutorado, sem patrimônio financeiro - o que eu posso fazer?
A vida nos guarda surpresas e milagres. Muitas vezes nem as surpresas nem os milagres são bons, então resta-nos a coragem para seguir adiante, continuar a caminhada, como acreditava na infância para a frente e para o alto.
Que lições me restam de Nelson Mandela? que lições me restam de Martim Luther King? Que lições me restam de Gandhi? Sinto-me as vezes como o exército de um homem só, como naquela música dos Engenheiros do Havaí. Onde estão os homens que lutam por justiça? Onde estão os homens que acreditam nas possibilidades da felicidade,da evolução de todos, das possibilidades de termos em cada ser humano um nosso irmão?
Dizem que sou um vencendor. Dizem que carrego em mim a rebeldia necessária para ajudar o mundo a ser melhor. Dizem até mesmo que caso eu queria eu posso a vir a ser um homem de posses. Onde estão estas possibilidades?
Eu olho para os lados e vejo todos os tipos de sofrimento. Da janela do meu apartamento vejo homens sofrendo em todos os cantos do meu estado e meu país, e tudo parece caber dentro da minha mente. Homens chorando no meio do conforto e do luxo, homens chorando no meios da miséria e da fome. É possível também ver exatamente o contrário. Homens felizes, sorrindo tanto na miséria como no luxo. Qual é pois o mistério da felicidade?
São tantas as religiões, tantas as crenças, tantas as verdades. Onde está o segredo  da vida? Onde está o segredo do mar? Como posso sentir a dor e a felicidade do mundo, em meu ser, em meu coração e em  minha alma?
Desejo ver os governantes governar para o bem de todos. Desejo ver os lares felizes, as crianças a sorrir, os jovens a cantar e os velhos a se regalar com a sabedoria de terem vivido os anos  de forma sóbria e justa. Por que desejo tanto? Por que quero tantas coisas se a vida é fugidia e sequer depende de mim?
Por que quero tanto conhecimento se tudo me escapa aos dedos e se já aprendi com o salmista que tudo é vaidade e correr atrás do vento?
Não há um ser humano para o qual eu não queria a felicidade. Não há nada na natureza que me repugna. sou um ser humano a escrever palavras que não serão lidas...apenas jogadas ao vento.

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