A Liderança de Marconi Perillo (II) Iris e Maguito

O Nascimento do Líder Marconi Perillo (II) – Iris e Maguito
Nelson Soares dos Santos *

O segundo momento que considero houve um salto de crescimento da liderança de Marconi Perillo é no governo de Maguito Vilela, desde o momento da escolha para suceder Iris até o momento no qual renuncia ao governo do Estado para ser candidato a senador, abrindo caminho para mais uma vez Iris tentar voltar ao governo.
Mas voltemos ao governo Santillo. Não apenas a falta de apoio ao governo Santillo por parte de Iris Rezende e do governo Federal desagradou parcelas do PMDB, sobretudo o bloco popular, como o mais grave foi a forma como Iris Rezende Iniciou o segundo mandato. No interior, aqueles que eram tidos como santilistas foram perseguidos, praticamente expurgados do PMDB, e, de cargos de confiança da estrutura do governo. Instalou-se o medo dentro das hostes do partido, e a força com a qual Iris voltou ao poder, calou de tal forma a oposição dentro e fora do partido, que os alijados foram forçados a sofrer em silêncio, um silêncio surdo cheio de mágoa e de dores.
Todas estas chagas seriam reabertas na escolha do sucessor. Desta feita pleiteava habitar o palácio das esmeraldas Nion Albernaz e Naftali Alves. Praticamente todo o partido no interior do estado estava se preparando para as prévias,e Nion e Naftali como dois grandes democratas correram o estado conversando com os convencionais. Em Divinópolis ouvi de Nion, uma história que ficou em minha mente, e, que me parece tornou-se mais tarde a filosofia que derrotaria Iris. Um dos convencionais fez a seguinte pergunta: Professor , até o momento o Governador Iris não se manifestou sobre quem ele gostaria de apoiar para ser o futuro governador, o senhor não acha que a posição dele será muito mais forte que a vontade de todos nós? Como resposta disse Nion: - Imagine que somos todos varinhas secas e que o governador é uma aroeira, se juntarmos todas as varinhas secas o nosso fogo será muito mais forte que o fogo de uma aroeira, - e conclui – a vontade da maioria é imbatível quando existe verdadeira união.
No final, já sabemos a história, no último momento foi lançado Maguito Vilela candidato a Governador, aprofundando as chagas existentes no PMDB e levando o Professor Nion Albernaz a sair do Partido. Creio, que a saída do Professor Nion, foi o início da derrocada de Iris Rezende, e o começo da preparação de sua derrota em 1998, para Marconi Perillo. A ida do Professor Nion para as hostes do PSDB uniu os santilistas expurgados e trouxe nova esperança. Aos que ficaram no PMDB, restava o silêncio e a esperança de que Maguito Vilela viesse a se tornar um Líder Independente e humano.
Quando Maguito renunciou para Iris voltar para a terceira vez ao governo, para mim já estava escrito que ele seria derrotado. Todos tinham medo de ser contra Iris pois estava muito forte na memória as perseguições aos santilistas, mas era uma minoria interna no PMDB que queria a volta de Iris ao palácio das Esmeraldas. Agora, com muitos amigos e familiares na oposição muitos partidários do PMDB temiam de qualquer forma a volta do “Tocador de Obras”,mas isso era vivido em silêncio, um silêncio surdo e ensurdecedor.
Não se pode negar que a venda de cachoeira dourada, a crise do BEG, o escândalo da Caixego, a situação calamitosa na qual se encontrava a CELG, eram todos fatos agravantes junto a opinião pública, no entanto, o que me parece que estes fatos eram apenas representativos do conflito entre o investimento no desenvolvimento em si e por si, feito por aqueles que aspiram glória pessoal, e outros, que aspiram equilibrar desenvolvimento econômico com investimento no social, e que vêem na política um canal de contribuição á evolução da humanidade.
A candidatura de Marconi Perillo em 1998, embora com seu nome desconhecido pelo povo, nascia assim pronta para vencer Iris Rezende, pois sendo um Santilista puro sangue, representava aquilo que todo povo goiano aspirava: o investimento no ser humano, respeito ao ser humano, não a perseguição a adversários, à política sem rancor, e mais ainda; a criação no estado de uma forte rede de proteção social. Faltava unir uma oposição divida, com diversas posições ideológicas em torno da possibilidade de mudar a política goiana.

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